quarta-feira, 6 de julho de 2011

VEM AI: A REPÚBLICA - Texto Santo de Casa

Professores nascidos e criados na terra
O desempenho do professor de matemática Antonio Cardoso do Amaral se traduz em números. Desde que a OBMEP começou em 2005, ele teve alunos premiados em todas as edições: 2 pratas e 1 bronze no primeiro ano; 1 ouro, 3 pratas e 2 bronzes em 2006; 2 ouros, 1 prata e 5 bronzes em 2007; 6 bronzes em 2008; 1 ouro, 1 prata e 8 bronzes em 2009; e o resultado recorde do ano passado, cuja premiação ocorreu neste mês.

Por causa disso, foi convidado a falar ao Senado,
fazer uma reunião com o ministro da Educação Fernando Haddad e dar informações à assessoria de Dilma Rousseff, que vai comentar o assunto no seu programa de rádio Café com a Presidenta. “Só dá certo porque os alunos querem aprender”, garante.

Para comprovar a tese, conta que se inscreveu em um concurso para uma vaga de mestrado em que havia 40 vagas e 800 inscritos. Ficou em 53º lugar. “Não estou entre os melhores. O que faço é me esforçar para apresentar a matemática como ela é. Nunca dou uma fórmula pronta, volto lá na história, resolvo do jeito difícil, mostro o caminho penoso e como alguém saiu dali para uma fórmula que tornou mais fácil resolver tal questão.”

Amaral nasceu em Cocal dos Alves, antes da emancipação do município, que ocorreu há apenas 15 anos. Fez o primário ali e o restante na vizinha que já foi sede, Cocal – sem "dos Alves" e sem medalhas. Nos primeiros anos em que deu aula, enfrentou resistência dos familiares dos alunos.

“Ele era rígido, os pais vinham todos reclamar comigo”, conta João de Brito Cardoso, primeiro prefeito da cidade, analfabeto – como quase toda a população acima de 50 anos – e avô de uma medalhista. Para Amaral, a olimpíada foi o que o salvou.

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