quarta-feira, 6 de julho de 2011

VEM AI: A REPÚBLICA - Texto Sonho Possível

Sonho possível
Para os alunos e professores envolvidos nas competições, no entanto, nada é mais importante. Além das aulas regulares, há treinamentos aos sábados e, quase todos os dias, cada um estuda em sua casa, por prazer e pelo sonho, comprovadamente possível, de se destacar. Na zona rural, a energia elétrica vem sendo instalada nos últimos dois anos e a referência para crianças e adolescentes não é nenhum astro da música ou do futebol, mas os colegas medalhistas.

“Desde pequena, meu sonho é ganhar medalha”,

diz Ana Carla de Brito Amaral, de 11 anos. Os pais e professores chegaram a temer uma frustração. “No ano passado, ela disputou pela primeira vez e a gente conversou que na 5ª série o máximo que alguém tinha ganhado era um bronze, então, uma menção honrosa estaria ótimo”, lembra a mãe, Edna de Brito.

Ana Carla conquistou a prata. Estabeleceu um novo recorde a ser perseguido pelos amigos, enquanto ela mesma já tem outros planos: “Quero o ouro na matemática e, quando tiver idade, vou disputar o Soletrando”, avisa, com um sorriso tímido, mas confiante.

Para o coordenador estadual das olimpíadas, João Xavier da Cruz Neto, professor de Matemática da Universidade Federal do Piauí, o que faz os alunos de Cocal dos Alves terem mais paixão pelos livros do que pela bola são os professores. “A diferença entre o futebol e a matemática é que no esporte qualquer um reconhece e estimula um talento. Já na matemática, a maioria não enxerga e muitos vêem alunos desafiadores como problema.”

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