Ao
chegar aos 62 anos, “luto” de todas as formas, para não entrar no time da 3a.
idade. Brincadeira à parte, eu ainda não tinha passado por nenhum constrangimento
pelo fato de ser “velho”.
Mas
na semana passada, pude sentir o peso do preconceito contra as pessoas de mais
idade. Na fila do supermercado, procurei uma Caixa com atendimento especial.
Nessa fila, já tinha gente jovem sendo atendida, mas não esquentei a cabeça. Só
que na minha frente, um rapaz aguardava com apenas 2 produtos na mão.
Gentilmente,
perguntei se não seria melhor ele ir em um caixa expresso, pois seria atendido
mais rapidamente. Para minha surpresa, esse rapaz se virou prá mim, e disse:
“Por ser uma caixa para idosos, não quer dizer que eu não tenha direito de
preferência também”.
Claro
que me emputeci, e falei para a menina do Caixa: “Olha, tenho 62 anos, e quero
ser atendido na frente dele” (apontando para o sujeito). A Caixa concordou,
pois não queria discussão.
Fiquei
ali na minha, mas sentindo o gosto amargo do preconceito e do desrespeito. Só
que ao chegar a hora de ser atendido, a figura que tinha me agredido, “sumiu”,
deixando os produtos na esteira. Optou por não passar por um vexame, pois eu
iria encarar a briga até o final.
Cito
essa historinha, pois certamente muitas pessoas idosas passam diariamente por
situações como essas. Infelizmente, na cultura dos brasileiros, esse respeito
pelos mais velhos está muito longe do ideal.
Por
fim, deixo meu recado e meu protesto, pela falta de compreensão, de atenção e
de carinho. Já não bastasse o peso da idade (da solidão e das doenças), e ainda
temos de enfrentar o desprezo e o constrangimento promovido pelos mais jovens.
FONTE
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