terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O VENDEDOR DE DOCES I


__ Quanto se tem que ter, pra chegar lá?
__ Pô, cara, esse negócio é mermo pra quem tem grana! Eu tenho! E tem gente pra danar querendo me pedir... Mas libero só no ano da inleição!!

__ Cara, se parasse esse negócio, agente não precisava acabar com meus bens pra ganhar. Mas, se agente não der... vai um, dá e vence. E agente não dando, todo mundo vai achar ruim. Eu queria ganhar limpo, mas não posso!! Se eu correr o bicho peba, se eu ficar o bicho pombo!!
__ Ta é todo mundo querendo cumer tudo di uma vez só.

Precisa ser mais claro pra mostrar o "pobrema das inleicão"?

Pra consertar tem gente qui diz: recebe, recebe de quem tá dando, faz ele de besta, e apoia outro....
__ Oia, oia, oia o conselho! É o mesmo que dizer: roba, roba de quem já robou pra ti dar o docinho que tu quer!!!

No 'ano antes' o doce é gordo, caro, vale 4 anos. Mas ai não há enganação, são os compromissos. É a base da vitória.

Já o 'docinho da madruga de véspera' tem o valor de uma casa, repartida telha a telha pra muitos.
Ali, no docinho da madruga de véspera, si misturam: os que se obrigam e os que se prepararam para vender docinhos. O que planeja e o que se obriga tem medo de perder se não jogar. Pode um negócio desses?

Cruel. Estamos num círculo que ninguém, nem nada conseguiu parar.

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